Vista do Mosteiro |
Antes do século IV este lugar foi escolhido pelos monges
ortodoxos para seguirem as pegadas de Moisés numa completa solidão. Os eremitas
então estabeleceram-se em grutas que, mais tarde, se tornaram pequenas capelas.
A vida deles era muito difícil, não só por causa do frio e do calor, mas
também, por causa de ataques, sobretudo
de nômades que viviam neste local. Era o tempo do Império Romano. Eles estavam
isolados porque os romanos rechaçavam os cristãos. No entanto, em 313
Constantino permitiu o culto cristão.
Durante estes séculos o convento mudou três vezes de nome. No
século VI, com permissão de Justiniano, os eremitas estabeleceram vida
monástica. Assim, foi construído o atual mosteiro. O mosteiro chamava-se Santa
Maria. Era uma tentativa de estabelecer uma relação entre a Sarça Ardente, de
Moisés e a Virgem Maria, porque, através de Moisés e Maria veio a Salvação.
Mais tarde, o mosteiro passou a ser chamado “Mosteiro da
Transfiguração”. Na transfiguração de Jesus aparecem Moisés e Elias. Estes dois
homens viveram no Monte Sinai, conhecido também como Monte Horeb. Tanto Moisés
quanto Elias viram o rosto de Deus. Jesus, na transfiguração, também.
Por fim, o mosteiro recebeu o atual nome de “Santa Catarina”.
Esta grande santa viveu no século III. Nascida em Alexandria, de família
aristocrata, versada nas ciências filosóficas. Conta-se que o menino Jesus
apareceu três vezes para ela. Quando ela olhava para Jesus, ele imediatamente
virava o seu rosto, não permitindo que ela o visse. Como filósofa, ela fazia
questionamentos a respeito. E, como filósofa, sua conversão não passou
desapercebida. O imperador Maximinus quis decapitá-la, e assim o fez.
Milagrosamente, o seu corpo desapareceu. No século IX um monge teve um sonho, uma
visão, na qual dizia que o corpo de Santa Catarina estava enterrado no pico
mais alto do Monte Sinai, perto do mosteiro.
No século XIII, os Cruzados iniciaram a devoção a Santa Catarina. Ainda
hoje estão os ossos da santa, no interior da capela do mosteiro.
No interior do Mosteiro existe o Poço de Moisés (Cf. Ex
2,11-22). A bomba para puxar água foi doada por Napoleão Bonaparte.
Constantino construiu
uma igreja bizantina.
imagem do interior da igreja |
Torre da igreja |
Na tradição ortodoxa há muitas simbologias. A igreja, assim,
está apoiada sobre doze colunas que são as doze tribos de Israel, os doze
apóstolos e os doze meses do ano. Os luzeiros significam que Jesus é a luz. Há imagens
de ovos que significam a ressurreição, isto é, de Jesus vem a vida nova. No teto,
há três ícones: um de Jesus, um de João Batista e outro da Virgem Maria. No teto,
o céu é verde, símbolo do paraíso, que significa o firmamento.
A igreja tem duas portas de madeira. A da entrada é do tempo
dos cruzados, por volta do século XII. A segunda porta é do período do
imperador romano, Justiniano. Há também, um mosaico da Transfiguração de Jesus
no centro da Igreja. Atualmente, o mosaico está em processo de restauração.
A Sarça Ardente
Na península do Sinai é a única existente. segundo a tradição, esta é a sarça ardente. O fato está narrado no livro do Êxodo, capítulo três.
"Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro, sacerdote de Madiã...chegou ao Horeb, a montanha de Deus. Ali, apareceu-lhe um anjo de Javé em chama de fogo, no meio de uma sarça. Moisés viu que a sarça ardia, mas não se consumia" (Ex 3,1-2).
O museu
No museu estão obras de arte raríssimas. Dentre elas, destacamos os três ícones mais antigos expostos um ao lado do outro. O primeiro, do século VI retrata a Virgem Maria, no centro. À direita está São Teodoro e, à esquerda, São Jorge. Ao lado deste ícone está o Cristo Pantocrator, da primeira metade do século VI. Por fim, um ícone de São Pedro, do século VII.
Ícone Sta. Catarina
Imagem de Cristo Pantocrator feita no séc. VI e econtra-se no Monastério de Sta. Catarina de Alexandria, no Monte Sinai.
Curiosidade desse Ícone: composto de duas partes que se separadas compõe figuras diferentes, segundo o nosso guia são as duas divindades de Jesus.
Fotos do Mosteiro de Santa Catarina
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